Pesquisadores da UFSCar desenvolvem tecnologia para diagnóstico de Alzheimer

Pesquisadores da UFSCar criaram sensor que diagnostica Alzheimer (Foto: Reginaldo dos Santos EPTV)

Pesquisadores da UFSCar desenvolvem tecnologia para diagnóstico de Alzheimer

Um sensor eletroquímico desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) ajuda a identificar o mal de Alzheimer ainda no começo. Com o diagnóstico precoce, é possível estimular o paciente a praticar atividades e, assim, fazer com que a doença demore mais para aparecer. A previsão é de que o novo teste chegue ao mercado daqui pelo menos 5 anos.

O exame é como se fosse um hemograma de rotina, mas a diferença está no tipo de teste. No laboratório, os cientistas isolam uma proteína chamada Adam10, que todos têm no sangue. Alterações nela podem indicar a presença do Alzheimer.

Diagnóstico em 30 minutos

Para isso, o grupo criou o sensor eletroquímico com anticorpos. O adesivo identifica a quantidade das proteínas na corrente sanguínea. Um programa de computador lê os dados e, em 30 minutos, mostra se o paciente tem a doença. “Quanto mais alteração na proteína, maior o avanço da doença. Essa foi a relação direta que a gente encontrou nesses resultados”, disse a professora de gerontologia da UFSCar Márcia Cominetti.

A doença

O Alzheimer é degenerativo e não tem cura. Ele provoca a morte das células do sistema nervoso – os neurônios. Um dos sintomas é a perda progressiva da memória. Em todo o país R$ 1,2 milhão de pessoas têm a doença, segundo a Associação Brasileira de Alzheimer

Um dos desafios está no diagnóstico, hoje feito com base nos sintomas informados pelo paciente e pela família, mas nem sempre é possível ter certeza. Exames de imagem – como a ressonância magnética – complementam o resultado, mas geralmente só identificam o problema quando o cérebro apresenta lesões.

Benefícios da descoberta precoce

Os pesquisadores esperam que o novo teste ajude a descobrir o Alzheimer ainda no começo. Um dos 24 voluntários que participaram dos primeiros testes foi a aposentada Gloreli Leite de Oliveira. O estudo avaliou idosos doentes e saudáveis, com mais de 60 anos. “Vai ser tão gratificante para a gente conseguir tirar um pouquinho de sangue e saber se está livre da doença ou saber se a tem e ter meio de socorrer mais depressa”, disse.

Algumas gotas que podem fazer diferença na vida do paciente. “Com o diagnóstico ele pode se preparar, ele pode tomar algumas atitudes com relação, por exemplo, à qualidade de vida dele, fazer mais exercícios, procurar estimulação cognitiva, aprender uma nova língua, com o objetivo de retardar o aparecimento da doença”, disse.

Custo baixo

O próximo passo é ampliar os testes em humanos. Outra vantagem é o custo do exame. “Ele tem um custo da ordem de produção em torno de R$ 3. Quando a gente comparar isso com a tomografia computadorizada, que é um dos métodos usados para diagnóstico, o valor é de R$ 400 a R$ 800. Então é um custo bem mais baixo”, afirmou o professor de química da UFSCar Ronaldo Censi Faria.

Veja mais matérias clicando nesse link.