Desigualdade afeta saúde do brasileiro, diz Unicamp
População. Baixa escolaridade, pior nível de renda e falta de plano de saúde são fatores que refletem em hábitos não saudáveis dos adultos
Adultos com menor escolaridade, autodeclarados pretos e pardos e que não possuem plano de saúde privado apresentam prevalência elevada de desenvolver hábitos não saudáveis como inatividade física, tabagismo, sedentarismo e menor consumo de frutas e hortaliças.
A constatação faz parte de pesquisa realizada pela FCM (Faculdade de Ciências Médicas) da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). O estudo analisou dados de 49.025 brasileiros, entre 20 e 59 anos, com a finalidade de demonstrar como as desigualdades sociais estão determinando a presença de fatores de risco na saúde das pessoas.
Segundo a médica epidemiologista Margareth Guimarães Lima, autora da pesquisa, os dados avaliados integram o banco de informações da Pesquisa Nacional de Saúde realizada em 2013 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). “Com esses dados em mãos, fizemos a análise dos perfis dos brasileiros no decorrer do ano de 2016”, conta a pesquisadora.
Para classificar o nível dos hábitos não saudáveis dos brasileiros, os médicos da Unicamp utilizaram pontos que variavam de zero a 11. A cada atividade negativa para a saúde, o participante da pesquisa recebia um ponto.
Os resultados mostraram que 7,6% dos adultos não apresentam ou apresentam apenas um comportamento não saudável; 53,3% das pessoas avaliadas apresentam pontos de hábitos não saudáveis entre 4 e 6; e 13% possuem pontuação negativa acima de 7.
“A pontuação mais elevada para comportamentos não saudáveis, que variava de 7 pontos ou mais, foi maior no grupo de menor nível de escolaridade; 39% maior na população negra e 78% maior no segmento sem plano privado de saúde, comparados, respectivamente, com o grupo de melhor escolaridade, branco e que possui plano de saúde”, explica Margareth.
Na avaliação da epidemiologista, é importante conhecer esses comportamentos em saúde porque eles respondem por mortes precoces e constituem fatores de riscos para doenças cardiovasculares.
Por: Hidaiana Rosa – Metro Campinas
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