Introdução
A dermatite factícia, também conhecida como dermatite artefata ou dermatite de contato factícia, é uma condição dermatológica rara em que o paciente causa lesões na própria pele de forma deliberada. Essas lesões podem variar em gravidade e aparência, e muitas vezes são causadas por coçar, beliscar, arranhar ou queimar a pele. A classificação internacional de doenças (CID-10) atribui o código L98.1 a essa condição, que pode ser desafiadora tanto para o paciente quanto para o médico que busca diagnosticá-la e tratá-la adequadamente.
Causas
As causas da dermatite factícia podem ser variadas e complexas. Em muitos casos, a condição está associada a distúrbios psicológicos, como transtornos de ansiedade, depressão, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) ou transtornos de personalidade. O paciente pode sentir uma compulsão incontrolável de provocar lesões na pele como forma de lidar com o estresse emocional ou a ansiedade. Além disso, fatores ambientais, genéticos e sociais também podem desempenhar um papel no desenvolvimento da dermatite factícia.
Sintomas
Os sintomas da dermatite factícia podem variar de acordo com a gravidade e a localização das lesões na pele. Os pacientes podem apresentar áreas de pele irritada, inflamada, com crostas, cicatrizes ou feridas abertas. Muitas vezes, as lesões têm padrões incomuns ou simétricos, o que pode levantar suspeitas sobre a natureza autoinfligida das mesmas. Além disso, os pacientes com dermatite factícia podem relatar sentimentos de alívio ou prazer ao provocar as lesões na pele.
Diagnóstico
O diagnóstico da dermatite factícia pode ser desafiador, uma vez que a condição muitas vezes é mascarada por outras doenças de pele ou é confundida com lesões causadas por agentes externos. O médico dermatologista pode realizar uma avaliação minuciosa da pele, histórico médico e psicológico do paciente, além de exames complementares, como biópsias de pele, para confirmar o diagnóstico. É essencial que o paciente seja honesto e aberto sobre seus sintomas e comportamentos para que o diagnóstico correto seja estabelecido.
Tratamento
O tratamento da dermatite factícia geralmente envolve uma abordagem multidisciplinar, que pode incluir a combinação de terapias médicas, psicológicas e comportamentais. O objetivo do tratamento é ajudar o paciente a identificar e lidar com as causas subjacentes do comportamento autolesivo, além de promover a cicatrização das lesões na pele e prevenir recorrências. Terapias cognitivo-comportamentais, medicamentos psicotrópicos, terapias ocupacionais e apoio psicológico são algumas das opções de tratamento disponíveis.
Prognóstico
O prognóstico da dermatite factícia pode variar de acordo com a gravidade das lesões, a adesão ao tratamento e a presença de distúrbios psicológicos subjacentes. Em muitos casos, os pacientes respondem bem ao tratamento e conseguem controlar o impulso de provocar lesões na pele. No entanto, a recorrência da condição é comum, especialmente em situações de estresse emocional ou ansiedade intensa. É fundamental que o paciente siga as orientações médicas e psicológicas para manter a saúde da pele e o bem-estar emocional a longo prazo.
Prevenção
A prevenção da dermatite factícia envolve a identificação precoce dos sintomas, o diagnóstico correto e o início do tratamento adequado o mais rápido possível. Além disso, é importante que o paciente desenvolva estratégias saudáveis de enfrentamento do estresse e da ansiedade, como a prática de exercícios físicos, técnicas de relaxamento, terapias