O que é Fístula Retovesical?

A fístula retovesical é uma condição médica rara que envolve a formação de uma comunicação anormal entre o reto e a bexiga. Essa comunicação anormal permite que as fezes e a urina se misturem, causando uma série de sintomas desconfortáveis e potencialmente perigosos para o paciente. A fístula retovesical pode ser congênita, ou seja, presente desde o nascimento, ou adquirida devido a doenças inflamatórias, infecções ou cirurgias prévias.

Causas da Fístula Retovesical

A fístula retovesical pode ter várias causas, sendo as mais comuns:

1. Doenças Inflamatórias: Condições inflamatórias crônicas, como a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa, podem levar ao desenvolvimento de fístulas retovesicais. Essas doenças causam inflamação no intestino, que pode se estender até a bexiga, resultando na formação da fístula.

2. Infecções: Infecções do trato urinário, como cistite ou pielonefrite, podem causar danos à parede da bexiga, levando à formação de fístulas retovesicais. Essas infecções podem ser causadas por bactérias, vírus ou fungos e geralmente requerem tratamento adequado para evitar complicações.

3. Cirurgias prévias: Algumas cirurgias abdominais, como a prostatectomia ou a ressecção do cólon, podem resultar em fístulas retovesicais como uma complicação. Isso ocorre devido à proximidade anatômica entre o reto e a bexiga, o que torna possível a formação de uma comunicação anormal durante o procedimento cirúrgico.

Sintomas da Fístula Retovesical

Os sintomas da fístula retovesical podem variar de acordo com a gravidade da condição e a presença de outras complicações. Alguns dos sintomas mais comuns incluem:

1. Micção com presença de fezes: Um dos sintomas mais característicos da fístula retovesical é a eliminação de fezes durante a micção. Isso ocorre devido à comunicação anormal entre o reto e a bexiga, que permite que as fezes entrem na bexiga e sejam eliminadas juntamente com a urina.

2. Infecções urinárias recorrentes: A presença de uma fístula retovesical aumenta o risco de infecções do trato urinário, uma vez que as bactérias presentes nas fezes podem entrar na bexiga e causar infecções. Essas infecções podem se manifestar como dor ao urinar, necessidade frequente de urinar e presença de sangue na urina.

3. Incontinência fecal: A fístula retovesical pode levar à incontinência fecal, ou seja, a incapacidade de controlar a eliminação das fezes. Isso ocorre devido à perda da função normal do esfíncter anal, que é responsável por controlar a saída das fezes.

Diagnóstico da Fístula Retovesical

O diagnóstico da fístula retovesical geralmente envolve uma combinação de exames clínicos, exames de imagem e procedimentos invasivos. Alguns dos métodos mais comumente utilizados incluem:

1. Exame físico: Durante o exame físico, o médico pode realizar um toque retal para avaliar a presença de anormalidades no reto e na bexiga. Além disso, o médico pode solicitar informações detalhadas sobre os sintomas e histórico médico do paciente.

2. Exames de imagem: Exames de imagem, como ultrassonografia, tomografia computadorizada ou ressonância magnética, podem ser utilizados para visualizar a fístula e avaliar sua extensão. Esses exames podem fornecer informações precisas sobre a localização da fístula e a presença de outras complicações.

3. Cistoscopia: A cistoscopia é um procedimento invasivo no qual um tubo flexível é inserido na uretra para visualizar o interior da bexiga. Esse procedimento pode ajudar a identificar a presença da fístula e determinar a melhor abordagem de tratamento.

Tratamento da Fístula Retovesical

O tratamento da fístula retovesical depende da gravidade da condição, da presença de outras complicações e das preferências do paciente. Alguns dos métodos de tratamento mais comuns incluem:

1. Tratamento conservador: Em casos menos graves, o tratamento conservador pode ser uma opção. Isso geralmente envolve o uso de medicamentos para controlar os sintomas, como antibióticos para tratar infecções urinárias recorrentes ou medicamentos para melhorar a função do esfíncter anal.

2. Cirurgia: Em casos mais graves, a cirurgia pode ser necessária para corrigir a fístula retovesical. Existem diferentes técnicas cirúrgicas disponíveis, dependendo da localização e extensão da fístula. O objetivo da cirurgia é fechar a comunicação anormal entre o reto e a bexiga e restaurar a função normal desses órgãos.

3. Acompanhamento médico: Após o tratamento, é importante que o paciente faça um acompanhamento médico regular para monitorar a recorrência da fístula e tratar quaisquer complicações adicionais que possam surgir.

Conclusão

A fístula retovesical é uma condição médica rara que envolve a formação de uma comunicação anormal entre o reto e a bexiga. Essa condição pode ser congênita ou adquirida e pode causar uma série de sintomas desconfortáveis para o paciente. O diagnóstico da fístula retovesical geralmente envolve exames clínicos, exames de imagem e procedimentos invasivos. O tratamento pode variar de acordo com a gravidade da condição e pode envolver tratamento conservador ou cirurgia. É importante que o paciente faça um acompanhamento médico regular após o tratamento para evitar complicações adicionais.