A quimioterapia regional é um tratamento utilizado no combate ao câncer, que consiste na administração de medicamentos diretamente na região afetada pelo tumor. Diferente da quimioterapia sistêmica, em que os medicamentos são administrados por via oral ou intravenosa e circulam por todo o corpo, a quimioterapia regional tem como objetivo concentrar a ação dos medicamentos no local específico do tumor.

Como funciona a quimioterapia regional?

A quimioterapia regional pode ser realizada de diferentes formas, dependendo do tipo e localização do tumor. Uma das técnicas mais comuns é a quimioembolização, em que os medicamentos são injetados diretamente nas artérias que irrigam o tumor. Esses medicamentos são combinados com substâncias que bloqueiam ou diminuem o fluxo sanguíneo para o tumor, aumentando a concentração dos medicamentos no local e reduzindo os efeitos colaterais em outras partes do corpo.

Outra técnica utilizada na quimioterapia regional é a perfusão isolada, em que os medicamentos são administrados diretamente no órgão afetado, como o fígado ou o pulmão. Nesse caso, o órgão é isolado do restante do corpo por meio de um sistema de circulação extracorpórea, permitindo a administração dos medicamentos em altas doses, sem afetar os demais órgãos.

Indicações da quimioterapia regional

A quimioterapia regional é indicada principalmente para o tratamento de tumores hepáticos, pulmonares e colorretais que não podem ser removidos cirurgicamente ou que já se espalharam para outros órgãos. Além disso, também pode ser utilizada como terapia adjuvante, ou seja, após a cirurgia para eliminar possíveis células cancerígenas remanescentes.

Essa técnica também pode ser utilizada para reduzir o tamanho do tumor antes da cirurgia, tornando-a mais segura e eficaz. Em alguns casos, a quimioterapia regional pode ser combinada com outros tratamentos, como a radioterapia, para potencializar os resultados.

Benefícios da quimioterapia regional

A quimioterapia regional apresenta uma série de benefícios em relação à quimioterapia sistêmica. Por concentrar a ação dos medicamentos no local do tumor, ela permite a administração de doses mais altas, o que aumenta a eficácia do tratamento. Além disso, como os medicamentos não circulam por todo o corpo, os efeitos colaterais são reduzidos, melhorando a qualidade de vida do paciente.

Outra vantagem da quimioterapia regional é a possibilidade de tratar tumores que não podem ser removidos cirurgicamente, oferecendo uma opção terapêutica para pacientes que não têm outras alternativas de tratamento. Além disso, ela pode ser utilizada em combinação com outros tratamentos, aumentando as chances de sucesso no combate ao câncer.

Efeitos colaterais da quimioterapia regional

Apesar dos benefícios, a quimioterapia regional também pode causar efeitos colaterais. Os mais comuns são a fadiga, náuseas, vômitos, perda de apetite e queda de cabelo. No entanto, esses efeitos costumam ser menos intensos do que na quimioterapia sistêmica, devido à menor circulação dos medicamentos pelo corpo.

Além disso, dependendo do tipo de quimioterapia regional utilizada, podem ocorrer complicações como inflamação do órgão tratado, infecções, sangramentos e lesões nos vasos sanguíneos. Por isso, é fundamental que o tratamento seja realizado por uma equipe médica especializada, que possa monitorar e tratar eventuais complicações.

Quimioterapia regional x quimioterapia sistêmica

A escolha entre a quimioterapia regional e a quimioterapia sistêmica depende de diversos fatores, como o tipo e estágio do câncer, a localização do tumor e as condições de saúde do paciente. Em alguns casos, pode ser indicada a combinação dos dois tipos de tratamento, para potencializar os resultados.

A quimioterapia sistêmica é mais utilizada quando o câncer já se espalhou para outras partes do corpo, pois permite o combate às células cancerígenas em todo o organismo. Já a quimioterapia regional é mais indicada quando o tumor está localizado em um órgão específico e não pode ser removido cirurgicamente.

Conclusão

A quimioterapia regional é uma opção terapêutica eficaz no tratamento de tumores localizados, oferecendo benefícios como a administração de doses mais altas de medicamentos e a redução dos efeitos colaterais. No entanto, é importante ressaltar que cada caso deve ser avaliado individualmente por uma equipe médica especializada, que irá determinar a melhor abordagem terapêutica para cada paciente.